Terapia com Radiofármacos: Uma Nova Aliada no Combate ao Câncer
- Onco SP

- 29 de out.
- 2 min de leitura
Abordagem inovadora usa radiação “por dentro” do corpo para eliminar células do câncer

Um novo jeito de usar a radiação
A radioterapia já é uma velha conhecida no tratamento do câncer — ela usa feixes de radiação externos para destruir células tumorais. Mas a ciência tem avançado e desenvolvido formas complementares de aplicar radiação. Uma delas é a terapia com radiofármacos (Radio-pharmaceutical Therapy, ou RPT), que utiliza substâncias radioativas administradas dentro do corpo para agir diretamente onde a doença está.
Esses radiofármacos são como “mensageiros” que levam pequenas quantidades de radiação até o tumor. Eles se ligam a moléculas que reconhecem as células doentes, liberando energia que danifica o DNA dessas células e impede que se multipliquem. O resultado é uma ação mais localizada, que trabalha em conjunto com outras terapias, e não no lugar delas.
Por que isso é promissor
A RPT vem se mostrando útil principalmente em situações onde o tumor é difícil de atingir por meios tradicionais. Por exemplo:
Em tumores neuroendócrinos, que podem se espalhar de forma discreta e em vários locais do corpo.
Em câncer de próstata avançado, onde o alvo é uma proteína (PSMA) encontrada quase exclusivamente nas células do tumor.
Nesses casos, o radiofármaco circula pelo sangue, encontra o alvo e libera radiação diretamente sobre ele — sem precisar de uma fonte externa.
Mas é importante reforçar: isso não substitui a radioterapia tradicional. Em muitos tratamentos, as duas técnicas podem atuar juntas, ou a RPT pode ser usada após a radioterapia ou a quimioterapia, dependendo da situação clínica.
O que ainda precisa evoluir
Apesar dos bons resultados, a terapia com radiofármacos ainda enfrenta desafios:
Cálculo da dose correta (dosimetria): cada paciente absorve a radiação de maneira diferente, e ajustar isso de forma precisa é complexo.
Infraestrutura: nem todos os hospitais têm equipamentos e equipes treinadas para lidar com materiais radioativos.
Evidência científica: alguns tipos de câncer ainda precisam de estudos maiores para comprovar a eficácia da RPT.
Esses pontos mostram que a técnica está em expansão, mas ainda não é uma solução pronta para todos os casos.
O que vem pela frente
Os próximos passos da pesquisa incluem:
Desenvolver radiofármacos mais específicos, que reconheçam novos tipos de tumores.
Explorar novos tipos de radiação, como os emissores alfa, que agem de forma mais intensa e precisa em pequenas áreas.
Combinar a RPT com imunoterapia e medicina personalizada, criando planos de tratamento sob medida para cada paciente.
Em resumo
A terapia com radiofármacos representa uma nova ferramenta no arsenal contra o câncer — uma forma inteligente de usar a radiação dentro do corpo, em complemento à radioterapia tradicional e a outras abordagens. Mais do que uma substituta, ela é uma parceira poderosa que amplia as possibilidades de tratamento, oferecendo esperança para casos em que as opções convencionais já chegaram ao limite.




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