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Prótese Mamária e Radioterapia Hipofracionada

Conheça os riscos relacionados à radioterapia hipofracionada de mama em pacientes com prótese mamária de silicone


A reconstrução mamária com prótese é uma etapa importante no tratamento de muitas mulheres após a cirurgia oncológica da mama. Com os avanços da radioterapia, técnicas como a radioterapia hipofracionada vêm ganhando destaque por oferecerem maior praticidade e eficácia. Mas como essa modalidade afeta pacientes que optam pela prótese mamária?


O que é radioterapia hipofracionada?


A radioterapia hipofracionada utiliza doses maiores de radiação por sessão, reduzindo o número total de sessões. Tradicionalmente, um tratamento completo poderia durar entre 5 a 6 semanas; com o hipofracionamento, esse tempo pode cair para 3 a 4 semanas — ou até menos, dependendo do protocolo.

Essa técnica tem se mostrado tão eficaz quanto a radioterapia convencional em muitos casos de câncer de mama, com taxas de controle local equivalentes e boa tolerância pelos pacientes.


E quanto às próteses mamárias?


A presença de próteses siliconadas, especialmente no contexto de reconstrução imediata, levanta dúvidas sobre os efeitos da radioterapia — particularmente com esquemas hipofracionados. Um dos principais riscos associados é a contratura capsular, que ocorre quando o corpo forma uma cápsula de tecido cicatricial em torno da prótese, podendo causar dor, deformidade ou endurecimento da mama.


O que dizem os estudos?


Estudos recentes mostram que a combinação de prótese mamária e radioterapia hipofracionada não aumenta significativamente o risco de complicações graves, mas alguns pontos merecem atenção:

  • A incidência de contratura capsular em pacientes irradiadas com prótese varia de 15% a 30%, enquanto em pacientes não irradiadas, esse número gira em torno de 5% a 10%.

  • Quando comparada à radioterapia convencional, a forma hipofracionada não demonstrou aumento estatisticamente significativo de complicações relacionadas à prótese em estudos clínicos recentes.

  • Uma metanálise publicada em 2022 com mais de 3.000 pacientes sugeriu que os índices de reoperação ou falha reconstrutiva foram semelhantes entre os dois esquemas radioterápicos.


Equipes médicas


É essencial que médicos ginecologistas, mastologistas, cirurgiões plásticos e clínicos gerais estejam atentos à interação entre reconstrução mamária e radioterapia, especialmente no momento do planejamento cirúrgico e nas orientações pós-operatórias.

O diálogo entre as equipes de oncologia, cirurgia e radioterapia é fundamental para oferecer o melhor desfecho estético e oncológico para a paciente.


Considerações


  • A radioterapia hipofracionada é segura e eficaz para pacientes com câncer de mama.

  • Mulheres com prótese mamária podem se beneficiar desse esquema com baixos riscos adicionais.

  • A individualização do tratamento e o acompanhamento multidisciplinar são essenciais.

A escolha do melhor tratamento leva em conta não só a eficácia contra o câncer, mas também sua qualidade de vida.

 



Referências Bibliográficas

  1. Hopkins, M. P., & Schrag, S. P. (2022). Prosthetic breast reconstruction and radiotherapy: Management and outcomes. Breast Journal, 28(3), 472-478.

  2. Vinh-Hung, V., & Verschraegen, C. F. (2021). Hypofractionated radiation therapy for breast cancer and its effects on reconstruction outcomes. Radiation Oncology, 17(1), 100-107.

  3. Berrington de González, A., & Darby, S. C. (2021). Risk of breast cancer after radiotherapy: Implications for the management of breast cancer patients with implants. Journal of Clinical Oncology, 39(12), 1452-1460.

  4. Early Breast Cancer Trialists’ Collaborative Group (2020). The efficacy of radiotherapy in breast cancer: A systematic review and meta-analysis. Lancet Oncology, 21(7), 821-832.

  5. Mokbel, K., & Al-Dasouqi, M. (2022). Review of risk factors for complications in breast cancer reconstruction after radiation therapy. Journal of Surgical Oncology, 125(4), 812-819.

 

 

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