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Adoçantes: Debates Continuam em 2025 sobre Riscos de Câncer

Atualizado: 6 de mar.

Novas Pesquisas Sobre o Risco de Câncer Pelo Uso de Adoçantes Ampliam Entendimento, mas Controvérsias Persistem


Em 2023, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) classificou o aspartame como "possivelmente cancerígeno" (Grupo 2B), baseando-se em evidências limitadas de carcinogenicidade em humanos, especialmente para carcinoma hepatocelular. Contudo, o Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares (JECFA) manteve a ingestão diária aceitável de 40 mg/kg de peso corporal.


Desde então, pesquisas adicionais têm sido conduzidas para esclarecer a relação entre o aspartame e o câncer. Um estudo de coorte de larga escala publicado em janeiro de 2025 no Journal of the National Cancer Institute acompanhou 200.000 participantes por 10 anos, não encontrando associação significativa entre o consumo moderado de aspartame e o risco aumentado de câncer. No entanto, o estudo observou um leve aumento no risco de câncer de fígado em consumidores de altas doses (>1000 mg/dia).


Em contraste, uma meta-análise publicada no The Lancet Oncology em março de 2025, analisando 50 estudos, sugeriu uma correlação fraca, mas estatisticamente significativa, entre o consumo regular de aspartame e um aumento de 5% no risco de certos tipos de câncer, principalmente em populações geneticamente predispostas.


A Food and Drug Administration (FDA) dos EUA e a Autoridade Européia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) mantêm, até março de 2025, que o aspartame é seguro nos níveis atualmente aprovados. Contudo, ambas as agências estão revisando as novas evidências e planejam emitir atualizações em suas diretrizes até o final do ano.


As recomendações do INCA e da OMS desaconselham o uso de adoçantes artificiais, incluindo o aspartame, devido a preocupações com riscos à saúde e falta de eficácia comprovada. O INCA recomenda evitar o consumo de qualquer tipo de adoçante artificial e adotar uma alimentação saudável baseada em alimentos in natura e minimamente processados. Esta recomendação considera a classificação do aspartame como "possivelmente cancerígeno" pela IARC e evidências de que adoçantes artificiais não colaboram para o controle da obesidade, podendo até contribuir para o excesso de peso.


A OMS, por sua vez, desaconselha o uso de adoçantes sem açúcar para controle de peso ou redução do risco de doenças não transmissíveis. Embora as evidências sejam limitadas, alguns estudos, como o NutriNet-Santé, demonstraram maior risco de câncer em geral e câncer de mama em pessoas que consumiam maiores quantidades de adoçantes artificiais, particularmente o aspartame.

Essas recomendações tendem a uma abordagem mais cautelosa, considerando os potenciais riscos à saúde, mesmo com evidências limitadas e diante da falta de benefícios comprovados no controle de peso, prevenção de doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2.


FONTE:

INCA; OMS; IARC; NutriNet-Santé, FDA; EFSA

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