top of page

Retite Actínica: Diagnóstico e Tratamento com Ênfase na Aplicação de Plasma de Argônio

Uma solução eficaz para casos de retite actínica decorrente da radioterapia

Ricardo Tedeschi Matos - Cirurgia Geral, Endoscopia Digestiva Alta - Mestre em Gastroenterologia pela FMUSP
Ricardo Tedeschi Matos - Cirurgia Geral, Endoscopia Digestiva Alta - Mestre em Gastroenterologia pela FMUSP

Resumo


A retite actínica é uma complicação frequente da radioterapia pélvica, caracterizada por lesões inflamatórias e vasculares na mucosa retal. Manifesta-se nas formas aguda ou crônica, sendo a última associada a sangramentos persistentes e alterações estruturais que comprometem significativamente a qualidade de vida. Este artigo aborda os aspectos clínicos e terapêuticos da retite actínica, com ênfase na aplicação endoscópica de plasma de argônio, uma técnica segura e eficaz para controle do sangramento retal crônico.


Introdução


A radioterapia desempenha papel central no tratamento de neoplasias pélvicas. No entanto, tecidos saudáveis adjacentes, como o reto, podem sofrer lesões secundárias, levando à chamada retite actínica. Essa condição pode ocorrer na fase aguda, durante ou logo após a radioterapia, ou de forma crônica, meses a anos após o tratamento.


Fisiopatologia


A radiação ionizante causa dano direto ao DNA celular e promove estresse oxidativo, levando à inflamação, isquemia, necrose e fibrose progressiva da mucosa retal. A vascularização torna-se anormal, com formação de vasos dilatados e frágeis (telangiectasias), principais responsáveis pelo sangramento crônico.


Quadro clínico


Retite actínica aguda: diarreia, tenesmo, muco ou sangue nas fezes, urgência fecal.Retite actínica crônica: sangramento retal persistente, dor retal, estenose, incontinência fecal, fístulas.


Diagnóstico


Baseia-se na história de radioterapia, exame clínico e retossigmoidoscopia ou colonoscopia. Biópsias são evitadas por risco de sangramento.


Tratamento


Inicialmente, utilizam-se medidas conservadoras como dieta com baixo resíduo, sucralfato, mesalazina tópica e corticoides. Em casos refratários, utiliza-se coagulação por plasma de argônio via endoscópica.


Plasma de Argônio


É uma técnica de coagulação não contato que utiliza gás argônio ionizado. Realizada por colonoscopia ou retossigmoidoscopia, trata telangiectasias visíveis com baixa taxa de complicações. É o tratamento padrão em sangramentos persistentes. A eficácia supera 85%, com poucas sessões necessárias.


Considerações finais


A retite actínica crônica exige abordagem multidisciplinar. A aplicação endoscópica de plasma de argônio é uma ferramenta eficaz, segura e amplamente disponível, com potencial de restaurar a qualidade de vida dos pacientes.



Contato:

Dr. Ricardo Tedeschi Matos

Cirurgia Geral, Endoscopia Digestiva Alta

Instagram: @ricardotedeschimatos

Clínica Focus Piracicaba: (19) 99921-3035

Comments


Commenting on this post isn't available anymore. Contact the site owner for more info.
bottom of page