top of page

Quando o Alimento é o Vilão

O cuidado no consumo de alguns alimentos pode contribuir contra o aumento do risco de alguns tipos de neoplasias


Os alimentos ultraprocessados têm ganhado destaque em estudos científicos devido à sua associação com diversos problemas de saúde, incluindo o aumento do risco de câncer. Pesquisas recentes publicadas em revistas internacionais de alto impacto, como o British Medical Journal(BMJ), têm explorado os efeitos desses alimentos na saúde e reforçado a necessidade de compreender o que são, como são produzidos e quais os exemplos mais comuns.


O que são alimentos ultraprocessados?


De acordo com a classificação NOVA, amplamente utilizada em estudos sobre alimentação, os alimentos ultraprocessados são formulações industriais compostas majoritariamente por substâncias extraídas ou derivadas de alimentos, como óleos hidrogenados, amidos modificados e proteínas isoladas. Eles também contêm aditivos químicos, como corantes, aromatizantes e emulsificantes, que melhoram sua textura, sabor e durabilidade. Esses produtos possuem pouco ou nenhum alimento integral em sua composição e são projetados para serem prontos para consumo ou aquecimento rápido.


Como são feitos?


O processo de fabricação dos ultraprocessados envolve várias etapas industriais. Primeiramente, os alimentos inteiros são fracionados em componentes básicos, como açúcares refinados e óleos. Em seguida, esses componentes são combinados com aditivos químicos para criar produtos com longa validade e características sensoriais específicas.


Exemplos de alimentos ultraprocessados


Os ultraprocessados abrangem uma ampla variedade de produtos encontrados no dia a dia. Exemplos incluem:

  • Refeições prontas congeladas, como pizzas e lasanhas;

  • Macarrão instantâneo;

  • Biscoitos recheados e salgadinhos industrializados;

  • Refrigerantes e bebidas adoçadas;

  • Sorvetes industrializados;

  • Pães industrializados com longa validade.


Alimentos ultraprocessados e o risco de câncer


Estudos recentes reforçam a ligação entre o consumo elevado de alimentos ultraprocessados e um maior risco de câncer. Uma revisão abrangente publicada no BMJ em 2024 analisou dados de quase 10 milhões de pessoas e identificou que dietas ricas nesses alimentos estão associadas a um aumento significativo no risco de desenvolver cânceres específicos, como os de mama, ovário e colorretal. Além disso, esses produtos estão relacionados a outros problemas crônicos que podem indiretamente aumentar a vulnerabilidade ao câncer, como obesidade e inflamação sistêmica.


Os alimentos ultraprocessados representam um desafio crescente para a saúde pública devido à sua ampla disponibilidade e aos riscos associados ao seu consumo frequente. Reduzir a ingestão desses produtos e priorizar alimentos in natura ou minimamente processados pode ser uma estratégia eficaz para diminuir o risco de doenças graves, incluindo o câncer. A conscientização sobre os impactos desses alimentos é essencial para promover escolhas alimentares mais saudáveis.



Referências bibliográficas:

  • BMJ 2024;384:e077310 - Ultra-processed food exposure and adverse health outcomes: umbrella review of epidemiological meta-analyses.

  • Nutrients 2020, 12(11), 3350 - Definitions and policy issues regarding ultra-processed foods.

  • Yale Medicine - Review on the impacts of ultra-processed foods on health (2024).

  • Harvard Health Publishing - What are ultra-processed foods? (2020).

Comments


bottom of page